Guedes foi questionado durante o evento sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Combustíveis e a diminuição do IPI

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira que o governo federal está avaliando “quais impostos poderiam ser moderadamente reduzidos”. Entre aqueles que são objeto de análise, estão os que incidem sobre combustíveis e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

“Estamos estudando isso com muita moderação, quais impostos poderiam ser moderadamente reduzidos”, disse, em evento promovido pelo Credit Suisse.

Guedes foi questionado durante o evento sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Combustíveis e a diminuição do IPI.

“Sempre foi parte do nosso programa que aumentos de arrecadação seriam transformados em simplificação ou redução de impostos”, afirmou, na sequência.

O ministro destacou que no ano passado a arrecadação cresceu quase R$ 300 bilhões em relação a 2020, dos quais R$ 100 bilhões foram permanentes.

“Se não querem fazer uma reforma do IR (Imposto de Renda), esse aumento da arrecadação não vai ficar na mão de um Estado obeso”, disse.

De acordo com Guedes, em vez de ter um déficit primário de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), como foi no ano passado, seria possível reduzir de 10% a 20% do aumento estrutural de arrecadação para diminuir impostos. Nesse caso, o déficit ficaria em torno de 0,6% a 0,7% do PIB, segundo ele.

A redução do IPI, de acordo com o ministro, serviria “para beneficiar o setor industrial, o consumo de massa”.

No caso dos impostos sobre combustíveis, “arrecadamos em torno de R$ 17 bilhões, quase R$ 18 bilhões de diesel”.

“Poderíamos reduzir um pouco isso aí também”, afirmou.

Já no caso da redução dos impostos sobre gasolina, Guedes disse que, “se estamos em direção a uma economia verde, será que deveríamos estar subsidiando?”.

Segundo ele, tributos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o IPI “seriam transformados” em um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) Dual.

“Esses impostos estão condenados, vamos acabar com eles algum dia”, disse. “Se avançássemos na reforma tributária, esse movimento seria mais rápido.”

Mas, sem citar nominalmente o senador Angelo Coronel (PSD-BA), afirmou que, “como a reforma ficou parada na mão de um relator que não conhece bem a matéria, não conseguimos avançar”.

Por fim, ele afirmou que “já estamos começando a sinalizar que vamos reduzir impostos indiretos também”.

Fonte: Valor Investe – Via Fenafisco