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Alta de preços não dá trégua, o que dificulda a queda da inflação no Brasil

Desde o início do ano, a inflação de Florianópolis, que reflete a realidade de Santa Catarina e, em parte, também a do Brasil, não deu trégua. Em março, o Índice de Custo de Vida (ICV), apurado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc Esag), teve alta de 0,65%, pressionado pelos aumentos dos combustíveis e custos de habitação.

No mês de janeiro, os preços na capital de SC variaram 0,72%, com alta dos transportes e comunicação. Em fevereiro, a variação foi idêntica (0,72%), puxada pelos reajustes na educação de produtos diversos. Assim, no primeiro trimestre do não a inflação acumulada de SC chegou a 2,10%.

De acordo com a apuração da Udesc Esag, o grupo de transportes subiu 1,4% em março, impactado pelas altas de combustíveis (3,1%), transporte público (1,71%) e veículo próprio (0,37%). O grupo de transportes é o segundo que mais pesa no índice (21,26%) e no bolso do consumidor. O grupo com maior impacto é o de alimentos e bebidas (21,44%).

Em março, outra alta expressiva veio do grupo de habitação, 1,78%. Os maiores reajustes foram nos preços de reparos (6,06%), aluguel e taxas (1,64%), artigos de limpeza (0,04%) e combustíveis domésticos (0,04%).

Outro grupo que pesou na inflação de março apurada pela Udesc foi o de alimentação e bebidas, com alta de 0,50%. A alimentação no domicílio subiu 0,70% e a de fora do domicílio subiu 0,20%.

No caso de alimentos, o impacto em março veio principalmente da entressafra de hortaliças e proteínas. A beterraba subiu 18%, alface 13%, mamão 12%, morango 10%, melancia 8%, pera 8%, tomate 7%, abacaxi 6% e uva 5%.

No grupo das proteínas, os ovos de galinha tiveram ata de 12,8%, o leite longa vida subiu 2,48% e as carnes caíram 1,18%.

O coordenador do ICV, Hercílio Fernandes, alerta que a alta do leite foi fora do comum porque esta é época de safra. O motivo pode ter sido um problema na cadeia produtiva, observa ele.

Outros grupos apurados no índice da Udesc também aumentaram: saúde e cuidados pessoais (1%) e educação (0,23%). Tiveram queda dos grupos de artigos de residência (-0,33%), vestuário (-1,50%), despesas pessoais (-0,11%) e serviços de comunicação (-0,25%).

O cálculo do Índice de Custo de Vida Udesc Esag, feito há mais de 50 anos, segue a metodologia que o IBGE usa para calcular a inflação oficial do Brasil, por isso são sempre muito parecidos. São pesquisados preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos.

Essa variação de março do ICV está em linha com a alta de 0,69% do IPCA-15, divulgado dia 24 pelo IBGE, puxada pelos transportes, produtos de saúde e habitação. Esse índice também é feito com metodologia semelhante.

Preocupa o fato de a inflação seguir alta, devendo fechar, mais uma vez, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano, que é de 3,25%. O Banco Central, responsável pelo controle da inflação, já estima alta de 5,8% para o IPCA deste ano e o mercado, por meio do Boletim Focus, projeta 5,96% para o ano.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti