As expectativas dos analistas do mercado financeiro para a inflação e a atividade econômica deste ano melhoraram pela segunda semana consecutiva, embora ainda sigam ruins, de acordo com o relatório Focus, do Banco Central (BC).

A mediana das estimativas para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 7,27% para 7,26%. Apesar da pequena queda pela segunda semana, a taxa prevista ainda segue maior que há um mês, quando era de 7,19%.

No Focus, a expectativa para a inflação em 12 meses também melhorou, saindo de 5,90% para 5,83%, assim como para o calendário de 2017, de 5,43% para 5,40%, também a segunda queda consecutiva.

Algumas variáveis que influenciam o IPCA também vieram melhores, como a previsão de aumento dos preços administrados, que saiu de 6,94% para 6,70% neste ano, e a estimativa do dólar, que saiu de R$ 3,46 para R$ 3,40 ao fim de 2016. O dólar para o encerramento de 2017 foi revisto de R$ 3,70 para R$ 3,55.

Os analistas mantiveram a previsão para a taxa Selic ao fim deste ano, de 13,25%, e de 2017, de 11%.

Quanto à atividade, a previsão para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano saiu de queda de 3,35% para recuo de 3,30%. Há um mês, a expectativa era de retração de 3,60%. Para 2017, a estimativa foi mantida em crescimento de 1%.

Top 5

Os analistas do grupo Top 5 ­ os que mais acertam as previsões ­ esperam uma queda menos acentuada na Selic neste e no próximo ano, de acordo com o relatório Focu.

Os analistas do ranking de médio prazo elevaram a projeção para o juro básico da economia de 13,50% para 14% ao fim de 2016. Para o encerramento de 2017, a mediana das estimativas saiu de 10,50% para 11,25%. A Selic está, atualmente, em 14,25%, em meio a um debate sobre quando e se será iniciado um ciclo de baixa.

Assim, esses analistas veem a necessidade de um juro maior do que aquele esperado pelo mercado em geral, de 13,25% e 11%, para alcançar praticamente a mesma inflação. Enquanto o Top 5 espera uma inflação medida pelo IPCA de 7,18% em 2016 e de 5,39% em 2017, o mercado em geral estima 7,26% e 5,40%, respectivamente, para esses períodos.

O Top 5 também vêm um câmbio mais apreciado ­ o que ajuda a melhorar a inflação ­ que o restante do mercado. A mediana para o dólar caiu de R$ 3,39 para R$ 3,20 no fim de 2016 e se manteve em R$ 3,50 no fim de 2017. O mercado espera 3,40 e R$ 3,55, respectivamente.

Veja os gráficos: http://www.valor.com.br/brasil/4630121/mercado-ve-inflacao-mais-baixa-e-queda-menor-do-pib-em-2016

 

Via Valor Econômico