O investimento da WEG de R$ 660 milhões em Jaraguá do Sul, que inclui uma nova fábrica de motores e ampliação da produção de componentes nos próximos três anos, vai gerar 800 novos empregos e deve acrescentar de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão em receita para a companhia – além de uma ampliação de 25% na sua capacidade de produção. A informação é do diretor superintendente da WEG Motores, Alberto Yoshikazu Kuba, que falou com exclusividade para a coluna.

Com essa expansão, a companhia reforça sua posição como uma das maiores empregadoras da região. Somente em Jaraguá do Sul e Guaramirim, a empresa oferece cerca de 15 mil postos de trabalho diretos. Como a WEG Motores emprega 9 mil, esse acréscimo será de aproximadamente 10% do quadro total desse setor, diz o diretor.

Segundo Alberto Kuba, após a realização de investimentos elevados no exterior nos últimos anos, chegou o momento de a companhia fazer um projeto maior em Santa Catarina, onde tem a matriz e o maior polo produtivo. Entre os motivos estão também as condições favoráveis oferecidas pelo governo do Estado para seguir investindo aqui.

– Vamos aumentar a nossa capacidade em 25%. Então, podemos crescer até um pouco mais a receita. Tem algo que a gente está focando agora, que é a questão de ônibus e caminhões. Esses produtos de mobilidade elétrica acabam tendo um valor agregado maior. Então, esse investimento deve agregar mais R$ 1 bilhão ou R$ 1,5 bilhão em receita para os próximos anos – estima Kuba.

A linha de motores para tração elétrica será voltada ao mercado interno, e a de motores industriais, ao mercado externo. Conforme o executivo, a empresa está investindo na área de mobilidade elétrica porque enxerga que esse setor vai crescer em alta velocidade nos grandes centros urbanos. Um caminhão da Volkswagen já usa powertrain WEG, que inclui motor, transmissão e o inversor.

– Está acontecendo um movimento mundial muito forte de eletrificação de frota. Então, desde o momento em que o ministro do Meio Ambiente foi até a COP 26, fez o lançamento das novas metas do governo brasileiro para atender o nível de redução das emissões em 2030 e neutralidade em 2050, está tendo um movimento muito grande de mobilidade elétrica no que tange a ônibus nas grandes capitais, e no que tange caminhões, principalmente nas entregas – explicou o executivo.

A expansão da produção de motores elétricos para indústrias está ligada à nova geopolítica mundial, em especial com maiores dificuldades das empresas de fazer compras da China. Os clientes WEG informam que desejam fornecedor de outras regiões nos próximos cinco anos e o Brasil é uma dessas alternativas, informa o diretor.

– A gente entende que investir no Brasil é uma forma correta da gente mitigar esse risco logístico, ir de encontro com essa tendência dos fabricantes deixarem de comprar peças na China para buscar alternativas no Leste europeu, na Índia e na América do Sul – explica ele.

Conforme Alberto Kuba, outras razões que motivam investimento no Brasil é que o país não tem problema de oferta de energia, nem de matérias-primas. Praticamente todos os fornecedores para motores elétricos são do Brasil. Nessa expansão, segundo ele, as tecnologias de indústria 4.0 serão usadas mais nas linhas de componentes.

A WEG está destinando praticamente todos os recursos de investimentos (capex) para motores em Jaraguá porque as plantas de SC serão renovadas para novo ciclo. No exterior, a empresa já fez investimentos elevados nos últimos 10 anos. Foram US$ 125 milhões na fábrica da China e mais de US$ 200 milhões na do México. Também inaugurou novas unidades na Índia e Turquia.

Fonte: NscTotal – Coluna Estela Benetti