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Pelo segundo mês consecutivo, em junho todos os setores econômicos que arrecadam ICMS em Santa Catarina cresceram frente ao mesmo mês do ano passado, um fato que não acontecia há mais de dois anos. É isso que mostram os dados da Secretaria de Estado da Fazenda. No mês passado, a arrecadação do governo estadual alcançou R$ 2,99 bilhões, com crescimento de 0,5% frente ao mês anterior. Desse total, R$ 2,37 bilhões foram de ICMS.

A falta de uniformidade no crescimento antes da pandemia, segundo a Fazenda, ocorria porque alguns setores enfrentavam crises específicas, como foi o caso do automotivo. Mas nos últimos meses a receita do Estado tem ficado próxima da estabilidade, o que permite equilíbrio nas contas públicas estaduais e municipais.

Segundo a diretora de Administração Tributária da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), Lenai Michels, a expectativa é de que o estado vai atingir R$ 3 bilhões de receita ainda antes do final deste mês porque empresas optantes do Simples nacional, que tiveram postergação de imposto, voltarão a arrecadar em 20 de julho.

Frente ao mesmo mês do ano passado, a receita do Estado cresceu 41,99%, como informou o Sindifisco para a colega Dagmara Spautz. Mas isso acontece porque a economia em junho do ano passado ainda estava muito afetada pelo isolamento social necessário em função da pandemia.

Entre os setores que tiveram as maiores altas em junho frente ao mesmo mês do ano passado estão o automotivo (151,27%), têxtil (80,32%), combustíveis (73,66%), materiais de construção (53,85%), metalmecânico (47,61%), agronegócio (36,51%), energia (33,14%), redes varejistas (29,08%), supermercados (26,36%) e bebidas (25,16%).

Esse crescimento da arrecadação de ICMS muito acima da média é influenciado por vários fatores. No caso de combustíveis e materiais de construção, além do consumo baixo no mesmo período do ano passado, teve alta inflação. No país, este ano, a gasolina teve alta acumulada de 46%. Materiais e equipamentos para construção subiram quase 39% em 12 meses até maio.

No caso dos automóveis, o país enfrenta baixa oferta de novos veículos por falta de peças vindas da Ásia, aumento dos preços nos carros usados e alta inflação nas autopeças em função do elevado consumo de minérios no mundo. Segundo o diretor executivo da Fenabrave-SC, André Andreazza, as vendas de carros novos cresceram 21,93% no primeiro semestre, mas ainda não recuperaram o nível pré-pandemia. Em junho, frente ao mesmo mês do ano passado, tiveram alta de 30,56%, muito aquém dos 151% de acréscimo de ICMS.

Contudo, tanto a economia catarinense, quanto a brasileira seguirão crescendo no segundo semestre numa média próxima de 5% e a inflação também seguirá em alta. Isso significa que a arrecadação de Santa Catarina também vai crescer e pode ter variação maior porque há, também, o impacto da fiscalização.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti